O que sobrou do Museu
Nacional, destruído por incêndio no domingo (2), vai virar um "sítio
arqueológico". Pesquisadores especialistas em encontrar objetos e fósseis
em campo vão tentar recuperar peças que sobraram.
"Tivemos uma perda muito
grande, mas a gente vai encontrar mais coisa. É precipitado dar números, mas
vamos recuperar", diz a vice-diretora Cristiana Serejo, que na
segunda-feira chegou a estimar em 90% as perdas do acervo.
A direção divulgou uma lista
do que estava fora do prédio e não foi afetado pelo incêndio:
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No anexo subterrâneo, há 150
mil lotes de invertebrados, um acervo raro do fundo do mar
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No Horto Botânico, dentro da
Quinta da Boa Vista, mas fora do museu, ficam 460 mil itens de vertebrados e
550 mil itens de botânica
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Na Biblioteca Central, há 500
mil livros - todos preservados. Segundo o jornal O Globo, no local está uma Torá de 400 aos, que foi adquirida por Dom Pedro II no século
XIX.
A tela do Marechal Rondon, que ficava dentro do museu, não foi
totalmente queimada e vai ser recuperada. O meteorito Bendegó também resistiu. Durante
todo o dia, pequenos focos de incêndio ainda surgiam e foram sendo combatidos
pelos bombeiros. Uma das estátuas que ficam na fachada do museu caiu. Na manhã,
a Polícia Federal isolou todo o perímetro que envolve o museu.
Os peritos ainda tentam descobrir
onde começou o fogo.
Ainda durante a tarde,
frequentadores da Quinta da Boa Vista, na Zona Norte do Rio, onde fica o museu,
passaram por outro susto. Um quiosque pegou fogo, e alguns dos bombeiros que trabalhavam no
rescaldo foram deslocados para a ocorrência.
Em meio ao trabalho dos
bombeiros e peritos, porém, o dia teve uma notícia que trouxe pelo menos um
pouco de esperança: um crânio que pode ser de Luzia, o fóssil
humano mais antigo das Américas, foi encontrado por
bombeiros.