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Lula revela que Otto nunca quis disputar governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou, ontem, que o senador Otto Alencar (PSD) nunca quis ser candidato a governador da Bahia em 2022. Na ocasião, o então governador Rui Costa (PT), hoje ministro da Casa Civil, é quem desejava o presidente estadual do PSD como postulante ao Palácio de Ondina, pois, ele queria ser candidato a senador naquele ano.  

"Se pensou no Otto, e até trouxeram Otto para uma conversa comigo em São Paulo. E, na conversa, uma conversa interessante, estou contando isso em primeira mão, o Rui disse que Otto tinha aceitado ser candidato, estava eu e o Jaques Wagner, e o Otto não estava com uma cara boa, sabe a cara de uma criança quando o pai dá uma bronca? Eu senti que o Otto não queria", lembrou Lula à rádio Metrópole.

"Quando terminou a reunião e todo mundo foi embora, eu liguei para o Otto e falei: 'Deixa eu dizer uma coisa, eu vi que você não estava gostando desse negócio de ser candidato a governador, você não é obrigado a ser governador, se você não quer, não seja, e nós teremos que arrumar outro'. E o Otto disse que não queria, e aí eu fiquei preocupado, [pensando] quem será agora?", acrescentou. 

Durante a entrevista, Lula, de certa forma, provocou o então adversário do governador Jerônimo Rodrigues (PT) no pleito, o ex-prefeito ACM Neto, do União Brasil. "Aí eles apresentam o Jerônimo. Eu fiquei pensando: 'Será que esse menino vai dar conta do recado?'. Quando Jerônimo foi, quase ganhou no primeiro turno, não ganhou por pouquíssimo. O adversário dele, certamente, deve ter tomado muita cerveja, muito champagne e muito whisky quando nós indicamos ele, já que Jerônimo não tinha nada na pesquisa e ele 67% [das intenções de voto]. O que aconteceu? Jerônimo virou governador da Bahia e eu acho que vai ser um extraordinário governador", completou. 

Lula destacou respeito pelas disputas municipais envolvendo candidatos de partidos alinhados à sua base, citando o exemplo de Salvador, onde Geraldo Júnior (MDB) encabeça a chapa. Em relação ao pré-candidato da base liderada por Jerônimo, o presidente expressou confiança na vitória do vice-governador baiano diante do atual prefeito Bruno Reis (União Brasil), mas pregou cautela. 

"Tenho candidato em todas as capitais, todas as cidades, sobretudo, se for candidato do PT, se for candidato do partido aliado da base. Em algumas cidades, vamos ter candidatos que não são do PT e eu vou apoiar. Na capital de São Paulo, é algo muito especial, pois é uma confrontação direta entre o ex-presidente e o atual presidente, entre eu e a figura [de Jair Bolsonaro]. Acho que, pela primeira vez, a gente pode ganhar as eleições com Geraldo aí na Bahia", previu Lula.  

O presidente observou uma contradição na Bahia, que elege candidatos do PT para o governo estadual por duas décadas, mas não consegue emplacar um nome da sigla na Prefeitura de Salvador. Lula enfatizou a "obrigação" do estado em eleger prefeitos alinhados para "fazer um jogo acertado com o governador", acreditando que isso beneficiaria a administração baiana. Apesar disso, ele ressaltou que respeitará a decisão do povo baiano, considerando a Bahia como uma "escola política". Ele indicou sua abordagem cuidadosa nas disputas, visando evitar conflitos futuros no Congresso. "Estou tranquilo com relação a isso e acho que vamos ganhar em muitas capitais", concluiu. 

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