Os principais fatores que causam a pressão alta são fumar, consumir bebidas alcoólicas, estresse e consumir muito sal.
Por Quézia Silva
Considerada uma doença silenciosa, a hipertensão arterial é conhecida por grande parte dos brasileiros. A famosa pressão alta é uma das doenças que mais matam em todo o país. Em vista disso, a próxima sexta-feira (26), é o Dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão Arterial para lembrar da importância de se prevenir contra a doença.
Conforme o último levantamento de dados do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade por pressão alta no país cresceu consideravelmente nos últimos dez anos. Em 2022 aconteciam 18,7 óbitos por 100 mil habitantes. No mesmo ano, o índice era de 41,4 da faixa etária de 60 a 69 anos a cada 100 mil habitantes; de 97 entre pessoas de 70 a 79 anos de idade e 381,7 óbitos da faixa etária de 80 anos ou mais a cada 100 mil habitantes. Nos últimos 15 anos o aumento da doença entre os adultos foi de 3,7%.
A pressão alta é uma doença muito conhecida ao redor do mundo. Mas o que muita gente ainda desconhece são os fatores que causam a doença. Dentre as principais causas está a hereditariedade. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), 90% das pessoas hipertensas herdaram dos pais. Além disso, fatores como fumar, consumir bebidas alcoólicas, estresse, consumir muito sal e ter altos níveis altos de colesterol contribuem para o desenvolvimento da doença.
Há também os públicos que são mais propensos a desenvolver a hipertensão arterial, como afirma o cardiologista e vice-presidente da Associação Bahiana de Medicina, Dr. Nivaldo Filgueiras. “Os idosos têm uma maior chance de desenvolver a hipertensão arterial. Existem algumas doenças que podem causar, mesmo em jovens, a elevação da pressão arterial. Mas habitualmente as pessoas mais propensas são as pessoas que vão envelhecendo. Isso não significa que mesmo adultos jovens não possam desenvolver a elevação da pressão arterial”, explicou.
A pressão alta ocorre quando os vasos sanguíneos ficam mais estreitos, forçando o coração a trabalhar ainda mais para levar o sangue para todo o corpo. Ela é chamada de hipertensão quando a pressão arterial máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 14/9. Com isso, alguns dos sintomas que podem ser percebidos quando a pressão está muito alta são: dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.
Se por um lado existem fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da pressão alta, por outro, a própria doença pode causar outras doenças como o Acidente Vascular Cerebral, infarto, insuficiência renal e hipertrofia dos músculos. Fábio Matos Fernandes (46), trabalha numa universidade estadual e descobriu que tinha hipertensão no ano de 2012. Ele conta como percebeu os sinais e decidiu procurar um médico.
“Eu estava vivendo um período de muito estresse, então sentia fortes dores de cabeça, meus colegas falavam que era hipertensão, eu só achava que eram noites mal dormidas e depois eu resolvi ir no médico quando eu recebi o diagnóstico, estava com uma pressão extremamente alta e descontrolada, mesmo praticando esporte. Então pra mim foi um choque inicialmente, mas eu vi que é uma doença de fácil controle. Passei a conviver com ela, porque também sou diabético”, relatou.
Fazer o controle da doença evita que ela progrida e gere complicações mais graves. O Dr. Nivaldo Filgueiras ressalta a importância de fazer o controle da pressão arterial junto a um médico. “Então, se seus níveis de pressão arterial estão elevados acima de 140mm/90 é muito importante procurar o seu médico, clínico, cardiologista, para que possa, de forma adequada, fazer o diagnóstico e fazer o tratamento adequado, para que você, com isso, evite o risco e consiga fazer uma boa poupança para o futuro, tendo qualidade de vida e evitando essas doenças tão graves”, disse.
Fábio Fernandes convive com hipertensão arterial e diabetes há muito tempo. Ele revela que o segredo para enfrentar os desafios da pressão alta no dia a dia é ser disciplinado e ele dá uma dica. “O conselho que eu daria é tentar ser uma pessoa disciplinada, tomar os remédios em horários corretos. Meu maior desafio hoje em dia é justamente o controle da pressão nas minhas crises de ansiedade, mas mesmo assim eu noto que ela se mantém sob controle”, afirmou.
Fonte: Tribuna Bahia
Foto: Romildo de Jesus
