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Casos de malária voltam a aparecer na Bahia após seis anos


Por: Rodrigo Ferreira

O Brasil está voltando a conviver com uma doença que no passado era considerada específica de algumas regiões do país. A malária tem registrado novos casos, segundo informou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os mais recentes registros ocorreram na cidade Santos, litoral do estado de São Paulo. Na Bahia, segundo informou a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), foram notificados 13 casos importados da doença de janeiro até o momento no estado, com dois óbitos registrados.

Em maio, um dos óbitos registrados ocorreu em Salvador. A vítima foi procedente de Angola. O outro óbito registrado foi no último dia 3, deste mês. Com o paciente também procedente da Angola. O último caso da malária que havia sido registrado na Bahia foi em 2018, no município de Wenceslau Guimarães, onde ocorreram duas mortes. Uma de uma mulher de 31 anos e a outra de um homem com 33 anos.

Em entrevista a equipe da Tribuna da Bahia, a infectologista Clarissa Cerqueira falou sobre a doença. Segundo a especialista, primeiro é necessário identificar se os sintomas são da doença, por ter sintomas parecidos com outras patologias. “O principal sintoma da malária é a febre. Junto a febre, tem o histórico imunológico. Então, se confunde com várias doenças porque é muito inespecífico. Pode ser diagnóstico diferencial de dengue, de chikungunya, porque também com a febre, vem aqueles sintomas específicos como dor no corpo, dor de cabeça, mas a febre alta é o mais frequente”, pontuou a infectologista.

Quando questionada sobre o histórico imunológico para identificação da doença, Clarissa disse que é o histórico epidemiológico da pessoa que pode fazer pensar na malária no diagnóstico. “Uma pessoa que chega, por exemplo, de Manaus, ou estava em Angola e diz que está com febre. É preciso saber onde a pessoa estava. Se torna fundamental saber se era uma região onde tem malária”, salientou a especialista.

Sobre os tratamentos, a especialista informou que existem comprimidos e terapias venosas disponíveis para o tratamento, mas que o tratamento específico depende do tipo de malária que o paciente contraiu. A do tipo Plasmodium vivax, é uma malária um pouco mais leve e a do tipo Plasmodium falciparum que pode provocar um quadro mais grave da doença.

Clarissa concluiu falando que temos várias formas de se prevenir da doença. “O uso de repelentes para o corpo e para roupa. Há medicação profilática, para pessoas que vão viajar para áreas de risco de malária. A gente indica medicação de antibiótico ou medicação específica para a pessoa fazer o uso enquanto estiver exposta. É uma medida a mais, nas áreas de alto risco”, finalizou a especialista.


Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Portal Biologia/divulgação

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