Produtores da Região de Irecê descartam cebola devido ao preço baixo
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Região sofre com a baixa dos preços que não cobre os custos da produção.
📷 Foto: Reprodução
Desde a segunda (11), um vídeo vem sendo comentado na região. Nele, produtores de João Dourado descartam sacos inteiros de cebola em um terreno.
A crise no mercado da cebola tem impactado fortemente os produtores de João Dourado. O motivo seria o baixo preço para comercialização da hortaliça pelo mercado, fator que também estaria contribuindo para que a produção não fosse absorvida.
No vídeo publicado nas redes sociais, um agricultor aparece descartando toneladas de cebolas na roça, sem ao menos removê-las da área de plantio.
"Olha o que está acontecendo aqui na região de João Dourado: 17 mil sacos de cebola. Cebola tudo boa, sem ter nenhuma podre. Imagine a situação em que o Brasil chega. O produtor planta, colhe e fica tudo desse jeito”, desabafa um produtor.
Segundo o produtor, cerca de 17 mil sacas foram deixadas em uma propriedade de 12 tarefas, situação que reflete o desânimo com os preços baixos da hortaliça, que sequer cobrem os custos de colheita.
A região de Irecê é a maior produtora de cebola do estado e a segunda do país. Apesar da alta produtividade, a demanda de mercado não tem absorvido a produção, o que agrava o cenário para os cebolicultores. Na última semana, o preço médio da saca de 20 kg de cebola híbrida precoce em Irecê ficou em R$ 16,00. Em outras regiões, como Mossoró e o Vale do São Francisco, os valores foram ainda menores, a R$ 12,00 e R$ 15,30, respectivamente.
Esse cenário pode estar associado ao início da colheita em Ituporanga, Santa Catarina, maior produtora de cebola do Brasil, que iniciou sua safra em meados de outubro. Com expectativas de uma supersafra e produtividade elevada, a região catarinense deve aumentar a oferta nacional de cebolas nas próximas semanas.
Nos últimos meses, também, o preço do item sofreu quedas devido ao aumento da produtividade, além do incremento da colheita na região de Baraúnas, no Rio Grande do Norte (RN), tendo dado mais uma possibilidade de escoamento.
Por: Ales Alves